terça-feira, 9 de agosto de 2011

Reflexões Após uma Noite na Balada

Descobrir o que é viver. Descobrir que vivia até então metade da minha vida. Achava que viver fosse dar parte do seu corpo e alma à outra pessoa. Hoje, exatamente hoje, agora, penso que viver é está exatamente sozinho, ser individual, não compartilhar com o outro, agir de maneira profundamente egoísta. Amar a si mesmo, entregar-se para o vento e a noite. Não dar ao luxo de cair na tentação da outra pessoa. Viver é não está trancado dentro do quarto, lamentando o que não se deve ser lamentado. É caminhar sozinho com o passar do tempo. É conhecer lugares novos, se dispor a novas amizades, se situar numa nova fase. Ter coragem, tomar decisões, andar sempre em frente, ser cauteloso, responsável, ter consciência e acima de tudo ser racional. Aí está algo que o tempo relatou e demonstrou diante dos meus olhos, que sou uma pessoa que age puramente de maneira emocional, isto é, deixo o coração falar mais alto. Isso acaba sendo um grande problema nesses novos tempos.
Hoje parece que a humanidade está muito mais racional. Quando se trata de relacionamento, parece a meu ver que as pessoas temem amar, tem medo, algo que impossibilita de avançarem. Transformaram o amor, que até então sempre foi um sentimento emocional, numa coisa mecânica, padronizada, uniformizada. Parece que criaram um limite ao qual não se deve ultrapassar, continuar. Será por que irá tornar o destino, algo que só o tempo vai dizer, num túnel que nunca acaba? Será medo da indecisão? Infelizmente as pessoas se programam hoje pra tudo, hora de ir trabalhar, hora do almoço, hora de retornar ao trabalho, hora de voltar pra casa, ou de ir realizar uma atividade, hora de dormir e, o ciclo diário recomeça. Onde é que sobra a hora de amar? O dia tem vinte quatro horas, a semana cento e sessenta e oito horas. É assim o que acontece hoje em dia, tudo calculado.
Em tempos a tempos se aprende a viver, sonhar, conseguir o que procura. Eu não vivia, apenas compartilhava os meus gostos e prazeres por uma geração passada. Os tempos mudam, a geração muda e com isso percebo que hoje estou vivendo a geração ao qual pertence a mim. Olhava o passado e via uma década perdida. Geração esta que nem vivi, era apenas uma criança perdida na inocência do mundo e da humanidade. Quando digo que aprendi a viver, ou melhor, estou prontamente para começar uma nova fase, quero dizer que compreendi o que esta geração esperado do mundo, o que ela acha, o que procura, o que sente. À parti isso, comecei a viver e estou preparado para o que a segunda década do ano dois mil tem a me oferecer.
Vamos usufruir e degustar dos maiores prazeres deste tempo. Caminhemos de braços erguidos, de cabeça erguida, de coração excitante para novas emoções, de alma limpa para novos amores, de corpo vivo para novas estradas. Deixemos para trás as desilusões, os momentos solitários, as tristezas e os descaminhos. Caminhemos sempre avante para o desconhecido, para novas descobertas do mundo e futuras experiências.
E não é por isso que escrevo e digo: na noite passada vivi o dia mais melancolicamente feliz de todos os meus vinte e um anos. Se não fosse minha razão, hoje estaria aniquilado, me autocrucificando, me menosprezando e me rebaixando por uma pessoa que não mais significa nada diante de mim. Tenho meus status, tenho minhas qualidades. Nesses meus vinte e um anos, já carrego comigo uma grande bagagem de conhecimento. Agora, nessa nova fase, dou valor a mim mesmo, me convenço, e me orgulho de todas as coisas que faço. Tenho bons gostos, de cinema, arte, música, dança e assim vai. Tenho bom senso, sou amigável, prestativo e humilde. Depois disso tudo eu pergunto, por que me rebaixei então àquela pessoinha? Ah, foi amor, fui somente emocional. Mas enfim, esse amor será aniquilado com todo o meu repertório caindo encima. Virará cinzas, num sopro não mais existirá. Embora, vou me conter por enquanto, pois descobrir que gosto de sofrer. Assim sendo, descobrir que estou aprendendo a viver. Essa foi apenas uma reflexão de uma noite na balada, virão outras, me aguarde.

Um comentário:

  1. Desculpe se me expressei mal, mas não quis de forma alguma rebaixar ninguém, quando disse "aquela pessoinha" agir emocionalmente somente. Muito pelo contrário, ele esteve ao meu lado nesses últimos meses e não me arrependo. Se estou sofrendo hoje, é porque teve as suas qualidades tembém. Nossos gostos eram compatíves!

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