segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Lavar a alma significa: tirar as impurezas

Meu coração está dilacerado, minha alma desprendida e meu corpo mórbido e monótono.
A gente não entende porque acaba. Só percebe quando a saudade desperta, as boas lembranças vêem e os caminhos percorridos tornam-se cada vez mais tortuosos. Lutamos para esquecer, mas as primeiras horas e dias o tempo nos destroem. Procuramos o melhor para o outro e muitas das vezes esquecemos de nós mesmos. É por isso que nós amamos verdadeiramente. Sempre estamos a desejar o melhor.
Lavo minha alma com a música, recupero minha auto-estima com distrações. Enquanto o som soa dissonante no fundo do meu pensamento, lembranças brotam e se desfazem harmoniosamente. Tem vezes que a gente perde a vontade de tudo, esquece dos sonhos e age como se quisesse abdicar da vida. Tantas coisas ocorreram em minha vida em pouco menos de dois anos. Acho que até estou procurando intensamente a felicidade. E o que vejo e percebo é justamente o oposto do que quero. Encontro caminhos da desilusão, da melancolia e da morte. O que mais procuro está cada vez mais distante de mim. Assim é a vida, cheia de encontros e desencontros. É como um jogo, “nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar”. A vida é um paradigma, um jogo de relações humanas. Começa sem entender e acaba com um “game over”, mas o mais importante é que pode reiniciar. Desta vez mais experiente.
Estamos passando por um mal do século, hoje em dia as pessoas tem medo de amar, de entregar-se de corpo e alma a outra pessoa. O ruim é que estão cada vez mais desaprendendo a amar, ou melhor desamando. Tem medo de ultrapassar o limite, é como se amar fosse uma coisa inóspita. É como se amar fosse algo que não pertence mais ao nosso século, ele está obscuro, infalível.
O que sobra, são os bons momentos, os registros, os objetos que irão lembrar sempre, o cheiro, a música marcante, as fotos, os encontros empolgantes, as descobertas novas, as idas e vindas, os abraços, o afeto, o carinho e até mesmo os dias tensos, os confrontos de idéias, as discórdias, os ciúmes. Mas mesmo assim, o amor que supostamente não existiu por um lado, torna-se irremediavelmente uma peça fundamental para o fim do relacionamento. A ausência, a falta de afeto, de ternura, torna-se desnecessária. E assim vai se encaminhando, até chegar a hora, que um tem que ser forte o bastante para dar um fim nisso tudo. Obviamente iremos sofrer do mesmo jeito. E o que acontece? Nosso coração dispara em som e fúria, deixamos de ser racional, ficamos de cabeça quente e muitas das vezes falamos o que não devíamos. Mas logo conseguinte, vem o arrependimento, o processo de racionalização. Mas a alma não obedece o corpo, e assim ficamos descontrolados, em parte começamos a chorar, começamos a agir de forma egoísta, não queremos escutar o que o outro tem a dizer e, tudo se transforma numa falta de comunicação. O tempo passa e a angústia torna o elemento principal do momento. Não sabe ao certo se tudo é um sonho e que vai passar logo assim que acordar. Porém, somente estamos nos escondendo de uma situação, que inevitavelmente irá ocorrer. Situação esta, que meu coração já previa, só que tinha medo de se concretizar. O pior que a gente pressente. Confesso que naquela manhã havia acordado inseguro, aflito e um pouco já de cólera. Meu coração já havia se preparado um pouco, mas como disse: ele estava se escondendo desta realidade. Melhor seria se nada disso tivesse ocorrido. Ninguém prevê, somente pressente. Não há quem explique como começa uma paixão, mas também na há quem não entenda.
   Nada melhor do que continuar com a amizade, porque queira ou não, a pessoa te fez feliz por um determinado período de tempo. O único problema nisso tudo pode ser que a pessoa venha a se confundir de novo. Porque ele, eu e você sempre, sempre iremos ter algo que é bom, mas também pode ser ruim, que chamamos de esperança. Esperança esta, que alimenta o sonho humano. Talvez seja a esperança que nos torna seguro de nós mesmos. Mas uma coisa é certa, existe um embate entre esperança e felicidade. Á medida que procuramos a felicidade, percebemos que por um lado, iremos ficando cada vez mais sem esperança. Porque a experiência de vida te ensina muito, e com ela você aprende e percebe que se não tomar cuidado, você vai se deixar levar. Por mais que encontre a pessoa que te faça feliz, tenha a total ciência de que ela não é somente fruto de sua imaginação, não é somente uma projeção daquilo que você queria para ti, não é apenas uma imagem que você esperava dele, mas que de fato fosse somente sua. Tome cuidado com isso, não desenhe, não fantasie, pois senão vai vir o tempo em que você não mais enxergara aquela pessoa ao qual julgava perfeita. Com muita gratidão esse conto é para ti, Tiago Sávio

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