quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Minha opção: um poema decifrável

d’EUs, é a racionalIDADE do antropo, que é HOMOsapiens.
SEXUALidade, VERaCIDADE que DORme nesta maDROGAda TERra da gARoa;
Faça-te teu conSOLO como mil HOMENagens;
SEM ter e senTIr, oh CORoa;

reVISITAda, São Paulo de OUTROra de hoje,
Que VEM de mim para o outro;
SuJEITO que não me quer bem, oh seu caboje;
Saio de ti e desENCONTRO;

Vejo muitas pELES e engrenagens;
E sei que, quANDO a ti, me magoa;
Navegarei em busca de novas paisagens;
Para conSEGUIR liberdade como um pássaro que voa.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Para Oswald de Andrade

Venho bebendo os mortos já faz um tempinho, não os que se foram, mas os que permanecem em suas obras, relatos e artigos. Em homenagem a um morto que ontem bebi, e hoje completaria 122 anos, cujos fragmentos do "Manifesto Antropófago" comi. Devorarei-o agora seu corpo. Viva Oswald de Andrade. É estranho dedicar uma carta a um cadaver, sabendo que nunca lerá, mas dedico propriamente a carta, as diversas partes do seu corpo, das suas idéias que prevaleceram e foram fragmentadas em cada um de nós. Então, para os apreciadores deste gênio do modernismo e grande pesquisador, dedico a carta a vocês. Digo que irei devorá-lo, pois não sou conhecedor de sua atmosfera literária. Sou um leigo em seu universo. O pouco que me aventurei já me identifiquei, não só eu, mas em todas as influências culturais que existem aqui no Brasil. Seu manifesto é um trabalho que irá dialogar muito com a cultura brasileira, isto é, um pouco das raizes africanas, européias e até mesmo a cultura dos "indigenas". Tive a honra de conhecer mais afundo seu trabalho, pelo grande dramaturgo "Zé Celso" em seu espetáculo: macumba antropófaga. Zé Celso bebe de Oswald, que bebe da vanguarda européia. E eu que continuarei a beber dele e tantos outros. E espero que bebam de mim. E é assm que se faz um ritual antropofagico, o canibalismo de devorar a cultura do outro e ser devorado. Hoje irei devorar meus amigos, amanhã será eles, e é assim que se constrói o conhecimento. E como diria Arnaldo Antunes: "que preto, que branco, que índio o quê?" "aqui somos mestiços mulatos, cafuzos, pardos, mamelucos, sararás, crilouros, guaranisseis e judárabes". Também bebo e como muito de Arnaldo Antunes. E para dar sentido a carta escrita para um cadaver, juntamos toda sua produção literária e toda gente que está influenciada pelo seu repertório, e em união seremos Oswald de Andrade.