terça-feira, 5 de novembro de 2013

Voz da Bethania

O som vibra na melodiosa harmonia,
E chama a deusa num ritualístico grito sonoro.
As chamas acendem,       
As luzes na platéia se apagam,
Os brilhos nos olhares se contentam,
O ouvido timbra feito um bumbo,
Ao som ecoante que permeiam nossas almas.
E que as fazem eriçar os pelos,
E acelera o pulsar do coração.

Ela entra no palco,
A sua luz sublime irradia,
O seu canto chega em cada instante.
Como o amor a cintilar de sintomas.

Ela é uma deusa grega,
Por que razão não seria?
Filha de Afrodite e Gaia,
Sobrinha de Cronos,
Que só a ele e a ela, o tempo precede a humanidade.

Sua voz despe o nosso ser,
E registra como num diário o eterno divino,
Que na hora da nossa morte seu canto é nossa reza,
Sua voz é nossa lápide,
E seu silencio é nossa solidão.

Ela evoca os espíritos dos orixás,
Dos oásis egípcios,
Das catacumbas gregas,
Dos grandes samurais.

Sua voz é universal,
De extremo oriente, a extremo ocidente,
Seu canto é sobre as águas,
O seu amor é divino e natural.


Ela é a alma de todos os tempos,
A essência do deus cristão,
A mulher budista,
A Cleópatra
A rainha do gingar da capoeira,
O recôncavo baiano.

Sua voz é como um sonho acordado,
Que as deixam hipnotizar através das cordas vocais.