segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Flores, Primavera e Harmonia

Não meu bem, não sou mais seu anjinho. Aquela figura de cabelos cacheados, moreno, alto, não existe mais, deixou de ser um anjo. Da sua ingenuidade e inocência, transformou-se em solidão e sofrimento. Passou-se a ser, digamos: humano. Com suas características banais a mercê de uma felicidade, de um novo amor. As lágrimas derramadas amputaram suas assas, seus desejos mudaram para o ódio e arrependimento. O que fez de mim foi tornar-me mais humano. Essa sim foi a grande descoberta. O anjo que a um tempo atrás, comportava como uma criança, na inocência de falar, de enxergar o mundo, hoje já não é assim. Felizmente ele aprendeu que o sofrimento faz parte da vida. Aprendeu que o amor, pode começar de uma forma tão inesperada, assim como também pode acabar, de um dia para o outro, sem mais, nem menos. Soube conviver com o tempo, a espera do irreversível, soube encontrar no tempo, fugas, caminhos, estradas abertas e fechadas. Criou ao mesmo tempo caminhos ilusórios, que levam para o paraíso. Não aquele paraíso, de flores, primavera e harmonia, mas o verdadeiro paraíso, de angústia de dor, de mal querer. Paraíso este, que do ilusório vem a ser real. Essas flores, primavera e harmonia, é o que sempre procuramos. A medida que queremos, mais longe fica. A procura da felicidade leva ao caminho da dor e do sofrimento, passará por pântanos e mais pântanos, mas quem sabe chega lá? É isso que nos alimenta, é ruim mas parece que gostamos de sofrer.
Sempre encontraremos uma brecha nesses caminhos tortuosos, que levam para uma estrada maior ou menor, mas que sempre tem um fim. Esse fim pode ser hoje, agora, amanhã ou quem sabe daqui a uns dez, trinta anos? A vida é assim mesmo, é que nem um jogo, chega no final, ou é “you win” ou “game over”. Ou (hehehe), você tem mais uma chance. Como é cômico rir das situações humanas, como é cômico rir das desgraças alheias, ainda mais quando aquele, desesperadamente sai em busca do seu amor que não deu certo! Amigo, é “nevermore!” não se rebaixe, as vezes trocamos o certo pelo duvidoso, as vezes você terá uma segunda, terceira chance, mas não pense que chegou no paraíso, de flores, primavera e harmonia. Como num conto que li, “Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida”. Foi aí que descobrir que a vida é um romance, tem suas páginas, capítulos e, no final, acaba né? Pode ser uma série, mas acaba. O mais engraçado é que qualquer história de romance, de amor, a situação é sempre a mesma, só muda o cenário, troca os personagens. Algumas histórias são mais intensas, outras não, mas enfim são sempre iguaiszinhas. Descobrir que a minha história não é diferente e, percebo que ao ouvir outras, nos motivas a tornar-se mais experientes.  É bom chorar, quando a lágrima cessa, significa que podemos novamente nos erguer, significa que buscaremos a nossa alto estima, significa que aquela pessoa por qual você se relacionou, vai perdendo sua forma, vai se desconfigurando, se desfragmentando, tornando-se cada fez mais um objeto qualquer sem valor, que fica lá na estante recebendo poeira. Ou como também um vidro que se parte ao cair no chão, por mais que recolhemos seus cacos, não voltará ser mais o mesmo, é irreversível fazer com que todos os pedaços se juntem voltando a ser o objeto original. Mais uma vez acabo de expor minhas angustias, mas em vista do que era antes, hoje sei lidar (espero que saiba mesmo) com a vida. Bom, ponto final, até uma próxima.

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